Eu - La Soledad Contemporanea:
"Uma única coisa é necessária: a solidão.A grande solidão interior. Ir dentro de si e não encontrar ninguém durante horas, é a isso que é preciso chegar. Estar só, como a criança está só."
Rainer Rilke
Pensei por toda a semana passada no quanto,as vezes, me sinto só ainda que cercado de pessoas.É um sentimento que foge ao meu controle na maior parte do tempo,mesmo que sem um motivo ou o conjunto deles para justificá-lo.
Sentir-se só, para mim, é mais do que não ter ninguém por perto,creio que a pior solidão seja estar rodeado de pessoas e mesmo assim, sentir-se abandonado,largado como um cão de rua que, por mais que em alguns se manifeste o sentimento de compaixão por ele ,este nunca saberá o que é o verdadeiro cuidado de ser amado pelo que ele pode ser.E talvez esta é a que mais frequentemente sinto, é um tipo de solidão não presencial, mas por muitas vezes de ideal, de idéias afins, de sonhos e forma de pensamento.
Certa vez,conversando com um amigo,lhe disse que me sentia órfão em meus ideais, por dificilmente conversar com algúem que realmente se importe, assim como eu me importo,com o que o outro pensa. E quão difícil tem sido minha procura por esta afinidade completa de pensamentos, e o pior é não saber se existem pessoas que também buscam por isto, que busquem ao menos o mínimo de compreensão e respeito mútuo.
É bem verdade que a correria hoje imposta pela sociedade,tende cada vez mais, a afastar as pessoas umas das outras,e apesar de todos os confortos tecnológicos que temos hoje, e que em teoria nos possibilitariam uma vida de conecções diversas com pessoas diferentes, que é a alma das redes sociais, o que vemos são pequenas vitrines semelhantes a dos frigoríficos,que vendem produtos pela aparência,pouco importando o real conteúdo do material oferecido.Fica valendo a expressão: Se parece bom, então é bom.Perde-se o contato humano, perde-se a alma das relações.
E assim o tempo vai passando, e eu a cada dia me sinto mais solitário neste sentido.Pra falar a verdade, na maior parte do tempo me chega a ser desesperador o fato de me sentir, a cada dia que se passa, mais distante de tudo aquilo que a maioria tem por valores essenciais coisas fúteis como o materialismo (onde você só vale o que você possui) ou o intelectualismo comum (onde você é valorizado mediante o conhecimento não medíocre que possui).
Me sinto solitário, não por falta de amor e carinho, aliás neste sentido não tenho do que reclamar, se sinto solitário em minhas idéias, e me assombra a possibilidade de não ter com quem compartilhá-las.
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